quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

PERFIL DE UM EDUCADOR




José Augusto Silva Oliveira (*)
            Sacerdote, professor, educador, pesquisador, historiador, político e escritor, o Monsenhor Clodomir Brandt e Silva, o Padre Brandt, nome com que se tornou conhecido, nasceu em Colinas, MA, a 22 de novembro de 1917. Filho de Sebastião Gonçalves Silva e Carolina (Sinhá) Brandt e Silva, era o quinto de uma família de nove irmãos. Residiu em Caxias e ingressou no Seminário Santo Antônio, em São Luís, em 1932, ordenando-se padre em 1ᴼ de janeiro de 1943, na catedral metropolitana, por D. Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta. Em discurso pronunciado naquela data, por certo pontilhado de extrema emoção, faz-se destacar: E hoje, que consoladora verdade, fui ungido para o serviço do altar, para a corte de Deus, para o ministério do Altíssimo. Que grandeza! Que esplendor! Que bondade do Pai Onipotente! Fazer de um pobre e fraco homem, cheio de misérias e pecados, um seu sacerdote, um seu ministro, um outro Cristo! Meu Deus, como avaliar a alegria imensa e a exultação incomparável que vive no meu coração a alargar os horizontes da minha vida sacerdotal.
 
O autor deste artigo ao lado da efígie do Pe. Brandt
           
            No dia 2 de janeiro de 1943, um dia após sua ordenação, Pe. Clodomir celebrou sua primeira missa, na Igreja de Santo Antônio, ao lado do Seminário. No dia 3, recebeu sua primeira provisão, assumindo como vigário a Paróquia de São Vicente de Paulo, no João Paulo. Em seguida, foi substituto do capelão da Santa Casa de Misericórdia, Monsenhor Arias Cruz, ocasião reservada a ele pelo destino para assistir aos últimos momentos de enfermidade de seu pai Sebastião, dando-lhe o conforto e a alegria de participar de uma missa do filho, a quem tanto desejara ver ordenado padre, antes de morrer, a 6 de março daquele ano.

            Um ano depois de sua ordenação, foi então nomeado vigário de Arari. Partiu em lancha, saindo da rampa Campos Melo em 1ᴼ de janeiro de 1944, rumo ao desconhecido geográfico, humano e espiritual, conforme suas palavras, chegando a Arari no dia 8, logo tomando posse da paróquia, celebrando sua primeira missa no dia 9, iniciando rapidamente sua missão naquela terra, apostolado de mais de meio século de abnegado empreendimento cristão e exercência de amor ao próximo.

            Além do zelo extraordinário como sacerdote, Clodomir Brandt tomou como prioridade a educação. Começou com dois alunos, uma pequena mesa e três cadeiras, em um dos cômodos da casa que primeiro o recebeu, que logo se tornou pequeno, obrigando-o a transferir-se algum tempo depois para um imóvel alugado com a chegada de novos alunos. No dia 15 de fevereiro, ainda de 1944, fundou o Instituto Nossa Senhora da Graça, colégio para alunos do sexo masculino. Em 10 de junho de 1945, organizou e instalou uma entidade benemérita a que denominou de Associação da Doutrina Cristã – ADC. Dividiu a ADC em quatro secretariados: Assistência e Promoção Humana; Educação; Catequese e Evangelização; e Cultura, objetivando a promoção do homem em todas as suas manifestações de vida.

            Em 1947, fundou o Instituto Bom Jesus dos Aflitos, colégio para meninas. A boa fama do ensino propagou-se por todo o Estado e, não raro, chegavam alunos de outras regiões. O internato, segundo palavras de Diana Brandt, sua tia, e de Carolina (Sinhá) Brandt e Silva, sua mãe, que também dedicaram anos de suas vidas no controle da casa e dos internos, tornou-se famoso no Maranhão e além deste, pelo rigor, não somente dos estudos, mas também por correções de comportamento para a vida, buscando a formação de verdadeiros cidadãos.

            Em 1964, instalou o Ginásio Arariense. Em 1965, fundou o pré-escolar Jardim de Infância Menino Jesus. Em 1969, criou a Escola Normal de Arari e, em 1992, o 4ᴼ Ano Adicional. Atualmente, este complexo educacional tem a denominação de Colégio Arariense. Tudo isto feito à custa de muito sacrifício, em muitos casos com recursos próprios, do seu sustento. Ergueram-se capelas, o colégio se ampliou, surgiu uma biblioteca pública, uma cooperativa, uma escola de artes gráficas, uma escola de música, uma escola de corte e costura, um escola de carpintaria, um jornal semanal Notícias, uma livraria, um laboratório, um ambulatório... Outras coisas foram surgindo e o patrimônio da paróquia de Arari passou a contar como um dos maiores da Igreja do Maranhão.

            Foi um mestre infatigável, um educador sem rival e pioneiro na região. Sem dúvida, a história da educação maranhense, do século XX, não poderá ser contada sem que se faça referência ao Monsenhor Clodomir Brandt e Silva, como afirma José Fernandes, historiografando o Padre Brandt e sua obra redentora (Caderno A, jornal O Estado do Maranhão, de 26 de abril de 1998). A propósito, quando José Fernandes propôs o nome do Pe. Brandt para sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão – IHGM, inusitadamente fora dispensado o parecer da Comissão Técnica, exigência do regimento da Casa, merecendo aprovação imediata e unânime, demonstração de inequívoca satisfação em ter o pároco de Arari entre os membros daquele sodalício.

            Como pesquisador, historiador e escritor, em meio a tantas atividades, arranjou tempo para escrever vinte e sete livros – romances, teatro e ensaios, inclusive a história de Arari, a genealogia de seus primeiros moradores e da própria família, trabalhos publicados pela Editora Notícias de Arari, também por ele criada. Em Folha caída, minha dor (1989), primeiro romance, relata a história realística do homem do campo, sem terras para plantar, expulso por donos ou pseudo-donos, uma contribuição para o estabelecimento da paz no meio rural em permanente estado de guerra podre, conforme prefacia.

            Antecedendo esta publicação, denuncia em Notícias, de 6 de dezembro de 1980: Quando se anda pelo interior do município, através de rústicas estradas de barro, esburacadas e poeirentas, o que se vê de espaço a espaço, são as ruínas de casas, na quase totalidade de palha, casas que foram abandonadas, destruídas ou queimadas... Para onde foi o povo que sofreu a violência? Foi para as cidades, formar o cinturão de pobreza e de aspirações que desafiam as autoridades com soluções que nunca chegam. Casas abandonadas, restos de casas, lugares de casas, símbolos da injustiça e da opressão. Nos romances que se seguem, Os caminhos de Silvânia (1984); Arnaldo (1988); Luzia dos olhos verdes (1ᵊ ed. 1991; 2ᵊ ed. 1997) exercita o conhecimento da realidade interiorana, retratando experiências religiosas, culturais e sociais.  A semente que cresceu entre espinho (1989), texto para teatro, não é história – é uma interpretação de fatos sociais usando protótipos que podem estar encarnados em pessoas que são da História.

            Jornalista e orador fluente utilizou principalmente o púlpito para o exercício dos seus dons de oratória. Exercendo intensa atividade político-partidária, por mais de trinta anos, conquistou adeptos fiéis e adversários inflexíveis. A sua atuação política, além de polêmica, foi mesclada por lances dramáticos, mormente quando combateu as forças do vitorinismo. Líder absoluto na região, durante considerável número de anos, elegeu deputados em duas legislaturas somente com votação própria. Elegeu quatro prefeitos do município de Arari e a si mesmo vereador majoritário por três vezes.

            Viveu sem multa comodidade ou conforto material maior, missionário de uma pequena cidade do interior maranhense, junto do povo simples, a quem se unira pelos laços do amor. Sobre ele, o imortal D. José de Medeiros Delgado, fundador da Universidade Católica, da qual se originou a atual Universidade Federal do Maranhão, quando arcebispo metropolitano de São Luís, escreveu um trabalho retratando sua personalidade, a que deu o título de Pobreza Sorridente. Todo o seu trabalho realizado e vivido com intensidade foi sustentado no lema por ele criado: Vim para servir. Para ele também são as palavras de São Paulo: Combati o bom combate, cheguei ao termo de minha carreira, guardei a fé. Desde agora me está preparada a coroa de justiça que o Senhor me há de dar em prêmio (2 Tm. 4,7). Faleceu na manhã ensolarada do dia 22 de abril de 1998, aos 81 anos de idade. César Abbas Prazeres, em artigo publicado pelo jornal O Estado do Maranhão, de 29 de abril de 1998, expressa um grande desejo do Pe. Brandt: Daqui não sairei. Morrerei com as garras presas à minha Igreja e a este povo. Seu corpo repousa na nave central da Igreja de Nossa Senhora da Graça, em Arari, MA.


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(*) Professor, Ex-Reitor da Uema, Sócio Efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM), Membro Fundador da Academia Maranhense de Ciências (AMC) e Membro Correspondente da Academia Arariense-Vitoriense de Letras (AVL).                       







segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

CINQUENTENÁRIO DA PRIMEIRA TURMA DE GINASIANOS

Texto:
Pedro Barros Neto
Blog: http://barrosnetopedro.blogspot.com.br/


Este ano de 2017 completam-se 50 anos da formatura da primeira turma de ginasianos, em Vitória do Mearim, que fizeram o “Curso Normal Ginasial” na escola denominada ‘Campanha Nacional de Educandários Gratuitos CNEG”, e que depois passou a denominar-se Campanha Nacional de Escolas da Comunidade – CNEC. Era um curso noturno, e funcionava no prédio do Grupo Escolar Estado do Espírito Santo, na rua Urbano Santos.

Atualmente ainda existem escolas da rede Campanha Nacional de Escolas da Comunidade – CNEC, que é pessoa jurídica de direito privado, constituída sob a forma de associação civil sem fins lucrativos, reconhecida de Utilidade Pública Federal pelo Decreto 36.505/1954 e registrada junto ao Conselho Nacional de Assistência Social desde 1951, como Entidade Beneficente de Assistência Social.

Fundada em 1943, na cidade de Recife/PE, como Campanha do Ginasiano Pobre, a CNEC nasceu do ideal de um grupo de estudantes universitários que, liderados pelo Professor Felipe Tiago Gomes, resolveu contrariar a situação instalada - a escola como privilégio de poucos - oferecendo ensino gratuito a jovens carentes. O trabalho voluntário de seus idealizadores se propagou pelo Brasil, comemorando adesões e compromissos que fizeram da Campanha do Ginasiano Pobre - que inicialmente abrigava pedidos de ajuda e orientações para a criação de unidades escolares - a Campanha Nacional de Escolas da Comunidade - reconhecida como o mais expressivo movimento de educação comunitária existente na América Latina.

Até o advento dessa escola, em Vitória do Mearim, ou em várias cidades interioranas do Brasil, o aluno pobre que concluísse o curso primário, parava de estudar e a opção lógica sempre era dedicar-se a aprender um ofício, para ganhar a vida, e assim, as perspectivas de ter uma formação escolar, média ou superior, eram praticamente nulas.

Essa primeira turma tinha uma grande diversidade de idade dos participantes, exatamente porque alguns já tinham concluído o curso primário há muito tempo e outros tinham concluído há menos tempo ou no ano anterior.

Nas imagens do convite, mostradas abaixo, vê-se que a lista de ex-alunos dessa primeira turma tem um grande número de pessoas, que apenas iniciaram o curso em Vitória, mas em seguida foram estudar em S. Luís, pois tinham condições para tal.



O ginásio Cenegista foi levado a Vitória do Mearim na administração de Urany Gusmão da Costa (Punin), e teve como colaboradores e entusiastas os cidadãos vitorienses relacionados abaixo, nas imagens do convite.

A todos que de alguma forma colaboraram com esse empreendimento, minha sincera gratidão.
Aos meus colegas de turma e aos professores e professoras, minha sincera homenagem, carinho e consideração.


Abaixo as imagens do convite da 1a. Turma de ginasianos formada em Vitória do Mearim, em 1967:





QUARENTA ANOS DE HISTÓRIAS E LEMBRANÇAS

QUARENTA ANOS, HOJE


Texto: Washington Luiz Maciel Cantanhêde


Era um domingo, 18 de dezembro de 1977.
Pela manhã, tivemos missa em ação de graças na igreja matriz de Nossa Senhora de Nazaré e a cerimônia de entrega dos certificados no Salão do Centro Social da Paróquia. À noite, um coquetel e a valsa dos concluintes no mesmo local.
Estávamos na Vitória do Mearim de 40 anos atrás. Éramos a primeira turma a concluir o 1º grau completo no Instituto Nossa Senhora de Nazaré, o colégio da Paróquia fundado em 1923 pelo padre Eliud Nunes Arouche, cujo oferta de ensino o padre Sergio Ielmetti conseguira autorização, em 1974, para ampliar. Não fora isso e não teríamos continuado a estudar ali após terminar a 4ª série (primário).
No ano anterior (1976), fôramos testemunhas do início da transferência do colégio, do anexo do lado esquerdo da igreja matriz, onde funcionara desde 1923, para o prédio do Centro Social da Paróquia, antiga casa paroquial.

Agora, a colação de grau, quando terminada a 8ª série (ginásio), e, com um nó na garganta, despedíamo-nos do velho educandário, e uns dos outros, para tomar rumos os mais diversos na vida!

Recordo meu discurso como orador oficial, com palavras especiais de agradecimento e afeto dirigidas aos colegas, aos nossos pais, aos professores, ao diretor e à própria instituição. Concluí, pedindo a Deus que nos assistisse, a nós concluintes, na escalada do saber, e que não nos deixasse esquecer o compromisso expresso em acróstico formado com nossos nomes no convite de formatura: Servir a Vitória sob bênçãos de Deus.

Passados 40 anos, e eu já sob o assédio de 54 invernos, começam a cavar-se as linhas do meu rosto, como diria Shakespeare, e vejo um tanto esmaecida pelo tempo, sob brumas mearinenses, a imagem da criança que, em 1971, sabendo ler e escrever mas ainda precisando de muito para vencer as trevas, foi conduzido pelas mãos resolutas do próprio pai e vestido em calça cáqui, camisa branca e gravata preta, confeccionadas carinhosamente pela própria mãe, passou a assentar-se nos rústicos bancos escolares do Instituto Nossa Senhora de Nazaré.
Tudo começara, para mim e algumas dezenas de colegas, no ano de 1969, embora então nem estivéssemos ainda estudando no Colégio do Padre, como era chamado o estabelecimento de ensino. Naquele ano, o colégio tendia à exaustão. É quando, a 16 de agosto, chega em Vitória do Mearim, de cuja paróquia foi, no mesmo dia, publicamente nomeado vigário pelo arcebispo D. João José da Mota e Albuquerque, o padre italiano Sergio Ielmetti, de 40 anos de idade, sendo recebido festivamente para suceder ao cônego Eliud Nunes Arouche, cansado pelos 71 anos de vida e 47 de incansável paroquiato.
Dentre todas as realizações do padre Sérgio – e são muitas, sem falar no conjunto de obras físicas que realizou –, destacam-se a revitalização e ampliação física e organizacional do Instituto Nossa Senhora de Nazaré, que, aos poucos, foi dilatando o leque de serviços educacionais prestados aos vitorienses, hoje oferecendo os cursos completos do ensino fundamental e médio.
Em dezembro de 1977, ao desbravar a selva da ignorância, revitalizando e ampliando a obra educacional do seu antecessor no Instituto, Padre Sergio acabava de marcar, portanto, a vida de vários jovens, alguns dos quais eram alunos que tinham estudado no colégio da Paróquia desde o início do primário: 
Alda de Jesus Alves da Silva, Américo Azevedo Pereira, Aparecida Martins, Benedito de Jesus Fernandes Dutra, Antonio Alberto Costa da Silva, Cícero Romão Fernandes de Sousa (1),  Deusanir Pereira Viana, Eduardo Fernando Jardim Pinto, Hilton Mariano Rodrigues Filho, Hugo Jardim Dutra, João Benedito Neves, Kalena de Jesus Rocha da Silva, Lucílio Fernandes Lobo, Luzimar de Jesus Souza, Maria Alice Nunes Rodrigues, Maria da Conceição Cavalcante, Maria de Jesus Mendes da Silva, Maria das Dores Pacheco Rocha, Maria do Espírito Santo Fernandes Neves, Maria Isabel Fernandes de Souza, Maria Janileth Sousa, Marieth Dutra da Silva, Marília Rodrigues Pinto, Marisa Vilma Rodrigues, Mary Márcia Marinho Prazeres, Moisés Marinho Gonçalves, Osvaldo Marinho Fernandes, Raimundo José da Silva Filho, Washington Luiz Maciel Cantanhede e Zenilde Teles Santos.


Relembro passagens memoráveis da minha história no INSN: as boas notas, mas também os atos de insubmissão que me valeram a repetição de centenas de frases, a “prisão” além do horário normal das aulas e as suspensões (poucas); os exercícios de leitura em voz alta, de frente para a turma, que me ensaiaram no enfrentamento do público; as pesquisas difíceis, sem material bibliográfico disponível na acanhada cidade (como aquela para relacionar todos os países do mundo com as respectivas capitais, feita precariamente sobre uma representação do globo terrestre!); as aulas revestidas do rigor disciplinar do Pe. Sérgio Ielmetti e dos professores Maria José Pereira, Celeste do Carmo Freitas Maciel, Haydée Franco Silva, Manoel Joaquim Coimbra Pereira (Manoel da ACAR), Maria Clara Gomes, Iracy Rocha, Germana Silva, Maria Dalva Silva, Severino Antonio Moura de Araújo, Maria da Graça Lira Nunes e vários outros.
E as festividades? Ah, as festas! Comemorações de efemérides, quadrilhas juninas, jograis, peças teatrais, piqueniques etc. E como não recordar a comemoração do cinquentenário do colégio! Com um pequeno cerzido na calça de farda e, por isso, um pouco envergonhado, fiz, na igreja matriz, no dia 9 de setembro de 1973, diante do arcebispo D. João José da Mota e Albuquerque, das autoridades locais e da comunidade, meu primeiro discurso, escrito não sei bem por quem, mas fiel e desembaraçadamente decorado, saudando, “com suma satisfação, ... como representante dos concluintes do 1º ciclo do 1º grau ... os primeiros alunos, ... basilares concluintes dos idos de 1923/1927”!
Jamais esquecerei as velhas aulas de educação moral e cívica, a doutrina que o regime de exceção pós-64 criou para a estudantada, mas, que para alguma coisa serviu, pois, nesse particular, ecoam até hoje na minha mente as lições do professor Manoel da ACAR:
- Que é autodomínio? – perguntava o mestre.
- É o domínio de si mesmo – respondíamos, com palavras decoradas do livro de capa verde, amarelo, azul e branco.
A definição é óbvia, mas como essa lição tem sido importante! Quando a adversidade bate à porta, vem a lembrança: preciso de autodomínio! (É manter o controle dos nervos e a ameaça de desespero vai embora...).
Mais ainda exigia o marcante professor – “Defina o caráter”.
E nós: “O vocábulo caráter vem de um verbo grego que significa ‘marcar’; o caráter é, pois, a marca de uma pessoa”.
Preciso dizer mais a respeito da importância de ter isso sempre presente na vida?!... 


Portanto, celebremos hoje, 18.12.2017, o tempo que passamos juntos ali, de salutar memória, e os quarenta anos de vida subsequentes, vividos, sem dúvida, de uma forma ou de outra, sob os influxos daqueles ensinamentos e daquele tempo bom, tempo do surgimento de laços de amizade sincera, do tipo que nasce sem qualquer interesse mesquinho, a amizade verdadeira, própria da infância e da adolescência, que cultivamos nós, os concluintes da primeira turma do 1º Grau do Instituto Nossa Senhora de Nazaré, em 18.12.1977 (2)

Muito obrigado aos nossos pais, ainda vivos ou in memoriam! Muito obrigado, Monsenhor Sergio Ielmetti!
...................
(1) Este colega já faleceu, lamentavelmente.
(2) 1986 – o INSN é autorizado a oferecer ensino em nível de 2º Grau, na qualificação de técnico em agricultura; 1988 – o colégio é reconhecido, pelo Conselho Estadual de Educação, para funcionar com o ensino de 2º Grau (atual Ensino Médio); 1998 – a escola começa a oferecer, em nível de Ensino Médio, o Curso de Habilitação para o Magistério de Ensino Fundamental (1ª a 4ª séries).

A VIAGEM INCONCLUSA, REMEMORADA 30 ANOS DEPOIS

  Na estrada, a morte súbita do prefeito Jorge Moisés ao anoitecer. As consequências políticas do fato histórico vitoriense. Por Washington...