Foi comemorado em família, no dia 06/01/2017 os 80 anos da nossa querida confreira a professora Maria dos Reis, ao lado do seu esposo o Sr. Benedito Furtado Mendonça (Bitinho), familiares, amigos e do nosso presidente Washington Cantanhêde . Também esteve presente a acadêmica Darcy Rocha, que é parenta da aniversariante e sua companheira de magistério.
Abaixo, fotos do evento.
Bitinho, Maria dos Reis, Washington Cantanhêde e Gysele Martins |
Washington Cantanhêde, Maria dos Reis e Bitinho |
Darcy Rocha, Washington Cantanhêde e Maria dos Reis |
Maria dos Reis dançando com seu marido Bitinho |
COMENTÁRIOS DOS CONFRADES SOBRE A PROFESSORA:
"Hoje, estimada Confreira Dos Reis, ao lembrar da data comemorativa dos seus 80 anos, lembrei também do nosso reencontro em 2010 onde vimos nossa inesquecível praça toda reformada, mas sem nossas lindas palmeiras. Todas haviam 'morrido' e não foram replantadas. No ano seguinte fomos à Festa de Nossa Senhora de Nazaré e replantamos 10 palmeiras com o seu apoio e demais acadêmicos presentes em Vitória do Mearim.
Naquelas palmeiras o renascer dos nossos sonhos, símbolo da esperança de que o melhor estar por vir. Isso lhe transmito: o agradecimento de abraçar o sonho do renascer da nossa Vitória do Mearim e em especial a você muitas vitórias, felicidades, saúde e alegrias, a força de continuar a replantar sonhos hoje e sempre. PARABÉNS!"
(JOSÉ RIBAMAR FARIAS)
"Oitenta anos de vida representam uma grande vitória.
Parabéns, minha professora, pela sua vitória e pela sua linda trajetória.
São os votos de
Arimatea Coêlho e família.)"
"Nossa confreira Dos Reis radicou-se com o marido em Vitória do Mearim no ano de 1964. Então professora normalista (top, à época, para o interior do MA), depois graduou-se e pós-graduou-se na área de Pedagogia. Foi nomeada professora pública municipal de Vitória pelo então prefeito Urany Gusmão da Costa, pai do nosso confrade Eliud Pinto da Costa.
Faz parte de uma plêiade de professoras normalistas que, mesmo não tendo nascido em Vitória, se fizeram vitoriense pelo amor devotado à educação dos filhos da terra, que acabaram abraçando como sua terra. Outros exemplos: nossas confreiras Dracy Ferreira Rocha da Silva, que se casou com o vitoriense, filho de libaneses, Jorge Moisés da Silva, comerciante e político marcante do final do século passado em Vitória; e Maria de Fátima Carneiro Oliveira, que, assim como D. Dos Reis, se casou com não-vitoriense hoje mais vitoriense que muitos nativos do lugar.
Dos Reis, Darcy e Fátima, assim como Padre Sérgio, todos membros da AVL, não-vitorienses de nascença que marcaram a história recente da nossa terra, são tão vitorienses que, mesmo podendo, ao final de uma vida laboral dedicada ao povo do lugar, voltar a residir fora de Vitória, preferiram permanecer na terra que amam, onde nasceram os seus filhos - no caso do nosso pároco emérito, filhos de formação intelectual/moral/religiosa."
(WASHINTON CANTANHÊDE)
MARIA
DOS REIS ROCHA MENDONÇA
Nasceu em 6 de janeiro de 1938,
filha de Raimundo Joaquim Rocha e de Maria Pinheiro Moreno.
Antes de completar um ano de
idade, Maria dos Reis foi batizada em Cachoeira pelo padre Eliud Nunes Arouche,
na Igreja de Nossa Senhora da Vitória, pois, naquela época, a Paróquia de Nossa
Senhora de Nazaré de Vitória do Mearim abrangia aquele povoado hoje pertencente
ao Município de Viana.
Desde muito cedo passando a
apresentar forte inclinação para os números, Maria dos Reis sempre foi uma
criança dedicada aos estudos, tendo aprendido a ler e escrever, com as duas
mãos, aos quatro anos de idade. sendo a sua primeira e única professora, até a
4ª série, a própria mãe.
Em janeiro de 1950, Raimundo e
Maria Moreno resolveram dar continuidade aos estudos da filha, que passara dois
anos reclamando por isso. Em São Luís, ela entrou para a 5ª série no Ateneu Primário, da Profª Maria Rodrigues Moura Ferro, e, um ano
após, tirou dispensa do antigo primário e se preparou para o Exame de Admissão.
Tendo sido aprovada, ingressou
na 1ª série, em 1951, no Ateneu, onde
concluiu o ginásio. De 1955 a 1957, fez o Curso Normal na Escola Normal do
Instituto de Educação, que funcionava no turno vespertino do Liceu Maranhense,
na Praça Deodoro.
Formada, o primeiro trabalho de
Maria dos Reis foi na propriedade do Sr.
Belim Nunes, onde lecionou para os netos do proprietário rural, no período de
março a junho de 1958.
Em agosto do mesmo ano, passou a
exercer o cargo de professora em Cajari, onde trabalhou até junho de 1964,
assumindo a 4ª série
e a direção da escola em que trabalhava. Insatisfeita com o clima político da
cidade, ela viajou para São Luís, encontrando-se com o prefeito Urany Gusmão da
Costa, de Vitória do Mearim, que a convidou para lecionar nesta
cidade.
Nesse mesmo ano, montada a
cavalo e acompanhada pelo tio José
Rocha, chegou a Vitória do Mearim, juntamente com os filhos Hilbert e
Irley (que faleceu ainda criança), procedente de Cajari, logo passando a
lecionar no Grupo Escolar Estado do Espírito Santo, do qual foi diretora
durante um ano. Permaneceu em Vitória após Urany ter concluído o seu mandato
(31.01.66) e Dr. José de Ribamar de Matos, eleito como seu sucessor, assumido o
cargo de prefeito.
Eleito Cristóvão Dutra Martins
para o triênio 1970-73, logo escolheu Maria dos Reis Rocha Mendonça para
Secretária Municipal de Educação, cargo que exerceu com honestidade, justiça e
elevado grau de competência, destacando-se por tratar a todos, partidários e
adversários políticos, sempre com a mesma distinção e cordialidade.
Além disso, colaborou com a
criação da Escola Normal Ana Bogéa Gonçalves, fundada em 1971 por Cristóvão.
Maria dos Reis foi, inclusive, a sua primeira secretária.
Em 1972 assumiu a presidência da
Associação dos Professores de Vitória do Mearim, fundada por D. Mota, Arcebispo
de São Luís.
A sucessora de Cristóvão foi
Maria do Socorro Sampaio de Matos, que também escolheu Maria dos Reis para
Secretária Municipal de Educação e Cultura no quadriênio 1973-77, nela
depositando confiança necessária para que a mesma pudesse desenvolver trabalhos
significativos nas áreas da educação e da cultura.
Em 1979, já notável como a
grande professora de matemática de Vitória, recebeu uma casa da Cohab no
Conjunto Habitacional Vinhais e deixou Vitória do Mearim, pois precisava dar
continuidade à educação dos filhos. Seu marido, Benedito Furtado Mendonça (Bitinho)
continuou trabalhando no município de Vitória, na Fundação Nacional de Saúde,
antiga SUCAM. Ao chegar em São Luís, ela foi dirigir a Unidade Escolar de
Bequimão, atual Unidade Integrada Profº Rubem Almeida, pois já era formada em
Pedagogia –
Habilitação Administração Escolar, grau que alcançou graças aos
conselhos do ex-prefeito Cristóvão Dutra Martins, de Buzica e da profª. Dorila, que a incentivaram
insistentemente, sabedores das suas aptidões e
potencialidades. Em seguida, foi para a Unidade Integrada
Nascimento de Moraes, onde se aposentou, após 25 anos de trabalho, tendo ainda
exercido a função de Professora de Matemática, de 1983 a 1986, no Instituto Menino Jesus de Praga, na
Cohama, e o cargo de diretora do Jardim de Infância Balão Mágico, no Vinhais,
de 1985 até os primeiros anos deste século.
Dona de um amor verdadeiro por
Vitória do Mearim, que não pode ser esquecido em momento algum, voltou - filhos
criados, netos nascendo e aposentadoria consumada - para fixar uma de suas
residências, com o marido, na terra onde nasceu a maioria dos filhos do casal,
assim como fizeram o mesmo na Cachoeira de sua infância, onde mantêm uma
propriedade rural.
Católica praticante, viveu e
vive engajada em atividades da Igreja, tanto em São Luís quanto em Vitória.
Convidada por fundadores da
Academia Arariense-Vitoriense de Letras
para integrar os quadros desta entidade, ela tomou posse na Cadeira 2 da
AVL, patroneada por André Lobato Martins (pai de Cristóvão Dutra Martins), no
dia 26.01.2002, quando o sodalício completava dois anos de existência.
Recordou a professora no seu
belo discurso de posse:
"O ano era 1977, eu
lecionava Matemática na 8ª
série, entrou na sala o diretor da CNEC e na intenção de estimular os alunos à
instrução e à cultura, falou: –
Daqui
a 100 anos, quando seus netos olharem uma escola com o nome Maria dos Reis
Rocha Mendonça, vocês dirão: ‘ela foi minha professora’ – e farão elogios. Eu pensei: “Quando eu
morrer, não vale. Quem tiver de fazer
algo por mim, que o faça enquanto viva, porque, depois que sair deste
mundo, só preciso do amor e da justiça de Deus”. Demorou 24 anos. Em uma bela
manhã do mês de junho, recebi a honrosa visita de Dr. Washington e Dr. Almir,
membros fundadores da AVL, nascida a 29 de janeiro de 2001. O objetivo da
visita foi me convidar para integrar esta Academia. Surpresa agradável; de
imediato fiquei perplexa, porque aquela Academia até o momento estava sendo
composta de promotor, procurador de justiça, historiador, médico, poeta,
cronista, palestrista, juiz, geógrafo, pesquisador, cientista, ensaísta,
economista, sacerdote, odontólogo, tradutor, escritor, jornalista, literato...
– Por que eu?
A resposta foi: – Pelos serviços prestados em Vitória do
Mearim.
Revendo os nomes dos patronos,
encontrei André Lobato Martins e logo motivo para elogiá-lo."
(Dados biográficos extraídos dos
discursos de posse e de recepção de Maria dos Reis Rocha Mendonça na AVL,
proferidos na noite de 26.01.2002; o de recepção, pelo poeta Arimatea Coelho)
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