Morreu
hoje (13/06/2017), às 8h, em sua residência na Rua Urbano Santos, o Sr. Mário de Lemos Pinto, aos 94 anos (nasceu em 25/07/1922), figura notável,
conhecidíssima e muito querida em nossa terra e considerado um dos homens mais
trabalhadores da cidade.
Era
um profissional polivalente, um faz de tudo, que trabalhava como pedreiro,
carpinteiro, encanador, agricultor, vaqueiro, comerciante, etc. Sempre teve em sua casa
uma espécie de "almoxarifado" bem sortido com canos de PVC, torneiras, conexões, vergalhões de várias bitolas, arames, pregos, ripas, tábuas, estacas,
ferramentas -- enfim, vários materiais que a qualquer hora poderiam
"quebrar o galho" de alguém que quisesse fazer um pequeno reparo. Foi trabalhando duro, diuturnamente, que ele criou seus filhos com dignidade.
Foi
casado com Dona Maria José (falecida em 19/03/2008), e deixou os filhos Pepeta,
Rosenilde, Meire, Lica, Célia, Boca (já falecido), José Mário e Kleino.
(Paulo Tarso Barros)
Com
informações do nosso presidente da Academia Arariense-vitoriense de Letras, Dr.
Washington Cantanhede, postamos esta matéria para fazer o registro e deixar
as nossas homenagens e condolências à família do Sr. Mário. Segundo nosso
historiador, ele era "filho de Francisco Raimundo Pinto e neto do segundo
intendente de Vitória do Mearim (1897-1900), Silvestre Antônio Pinto, filho de
Arari, onde estão as raízes da família Pinto ainda quando surgia o povoado, no
início dos anos 1800. Ligado por laços familiares as famílias vitorienses
Mattos e Macedo (esta, por sua vez, sucedânea de um dos ramos dos Maciel
Aranha), Mário Pinto é o pai de José Mário Rodrigues Pinto, do advogado Kleino
Carlos Rodrigues Pinto e de Rosenilde Pinto Dutra, esposa de Antônio Benedito
Macedo Dutra (Mandu), seu primo e, portanto, sobrinho também de Mário Pinto.
Entre esses (parentes) colaterais está o nosso confrade Airton Marinho Macedo,
sobrinho do falecido. Mário Pinto era irmão, pelo lado paterno, de Antônio
Ademar Macedo (Deco Pinto), pai de Aírton e patrono da cadeira 3 da AVL,
fundada e ocupada pelo poeta e contista vitorienses Agnor Lincoln da
Costa".
A
Dra. Amparo Coelho, integrante da AVL, deixou esta mensagem à família do Sr.
Mário:
"Lamento
profundamente o falecimento de Mário Pinto. Para mim sempre um prazer
incomensurável cumprimentá-lo quando sentado se encontrava em frente ao seu
comércio. Da antepenúltima vez que estive em Vitória, conversei bastante com
ele. E, ainda, me convenceu a comprar duas abóboras que de tão bonitas que eram
permaneceram sobre uma mesa decorando minha residência aqui em Parnaíba, por
dois meses , até que se decompuseram.
Desejo
prestar meus sentimentos à família de Mário Pinto. Cidadão criterioso,
trabalhador e que soube honrar a prole que constituiu com sabedoria, ao lado da
esposa, D. Maria, abnegada mãe e ainda parente pelo lado materno de Iolanda
Coêlho, minha genitora.
Que
todos os familiares do falecido possam receber o amparo neste momento de perda
e de dor!
Com
certeza Mário Pinto será recebido por Deus com os aplausos que merece e
colocado em lugar onde os bons devam ter a VIDA ETERNA!"
........................................................................
O BELO TEXTO QUE A NETA ROSELINE DUTRA ESCREVEU PARA O SEU AVÔ MÁRIO PINTO
Roseline Dutra, neta de Mário Pinto |
Mario
de Lemos Pinto, 94 anos, podemos compará-lo a um jequitibá, resistente, longevo
e grandioso. Além dessas características nosso querido seu Mário, como era
conhecido por todos, também tinha em seus pulmões uma inegável força para
chamar seu gado. Lembro bem, em uma tarde de domingo em meio a uma sangria e
uma pressa que lhes eram típicos me pediu para levá-lo até sua gleba Jejuí... o
motivo era que precisava ir no cercado para ver seu gado. Chegando lá viu que
não estavam onde deveriam estar e então fomos em busca do seu gado desgarrado e
quando a minha admiração de longe seu pequeno gado o reconhecera e ele me
disse: Tá veno eles não obedecem ninguém... só eu...e então ele começou a
aboiar seu gado. Ê, ê ô, eê carralo..ê ów boi... eles muito obedientes o
seguiram e eu tive a felicidade de testemunhar e documentar aquele vaqueiro de
andar cansado mas de muita fibra, conduzir sua boiada até o cercado. E assim
com a mesma pressa depois de ajudá-lo a cumprir sua missão... Ele me disse uma
frase que ficará eternizada como sendo seu dizer único: "CUIDA
RAPAZ..DIPRESSA..VAMO P CASA" — e, dentre esses dizeres, muitos outros ficaram em
nossas lembranças, como o bordão
"te alivanta, Lourival". Com o trabalho do campo, juntamente com sua
querida Maria foram gerados 8 filhos, 18 netos, 16 bisnetos e 1 trineto e sua
árvore cresce e evolui a cada ano. Seu legado meu velho, meu guerreiro é sua
força, sua garra, sua fibra. Homem do campo de hábitos simples e de grandeza de
espírito. Seus filhos têm como exemplo sua dignidade, sua luta com a terra e
seu gado, sua lavoura, lugar de onde sustentou seus descendentes. Hoje damos
adeus, devastados, mas na certeza que o senhor cumpriu seu papel aqui na Terra
e que nós seus descendentes vamos fazer aqui uma promessa, de zelar por tudo
que nos deixou. Iremos honrar sempre seu nome e carregaremos com muito orgulho
seu sobrenome Pinto. Na certeza que agora ao lado de vovó Maria e meu tio Boca,
e de todos nossos entes queridos que se encontram nos braços do Pai irão nos
proteger. Um vazio enorme atravessa nosso peito, mas de uma coisa nos
orgulhamos, porque somos filhos do campo, descendente desse homem da roça,
comerciante e nobre cidadão vitoriense. Amo você, meu vôzinho querido. Pudera
Deus permitir que todos nós chegássemos aos 94 anos com tanta vitalidade. Para
nós você será sempre o nosso patriarca, contador de histórias, comerciante
esperto como nunca se viu, cuidador de sua terrinha a gleba Jejuí que adorava
andar de bicicleta seus xodós são sua burrinha Siririca e sua pampa Lilica. Rsrs...
Nós seus descendentes agradecemos por todos os ensinamentos e as histórias de
vida que nos servem de exemplo e que serão perpetuado por nós sua Família
Pinto. Adeus, vovô. Descanse em paz!
Por
Roseline "Pinto" Dutra
Como faço para entrar em contato com alguém da academia?
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