ALGUNS REGISTROS DA SOLENIDADE
25/11/2017
José Augusto recebe Colar e Diploma de membro correspondente da AVL (Cadeira 5- Seção Arariense) das mãos do acadêmico Raimundo Rocha Filho |
Raimundo Rocha Filho, Paulo Eduardo de Sousa Pereira (membro do IHGM), presidente Washington Cantanhêde e vice-presidente Arimatéa Coelho |
Mesa diretora |
José Augusto Silva Oliveira, sobrinho do padre Brandt, ao lado da efígie |
Capa da edição especial da Folha da AVL |
Artigos publicados pela acadêmica Dinacy Corrêa sobre o padre Brandt |
Fac-símile da capa da Edição especial da Folha da AVL |
LEIA NA ÍNTEGRA A EDIÇÃO ESPECIAL DA FOLHA DA AVL
ACESSANDO O LINK ABAIXO
http://avl-academiadeletras.blogspot.com.br/p/folha-da-avl-ano-xvii-edicao-especial.html..................................................................
Publicamos esta belíssima crônica escrita pelo escritor arariense José Maria Costa.
Crônica:
Um
Tempo do avesso: Brandt e Silva.
José
Maria Costa (*)
Ele
era assim...
Já
tinha os cabelos brancos, que se arrepiavam com o namorar do vento, e os óculos
de aro pesado.
Pelos
corredores do Colégio Arariense, quando agitado, andava em passos rápidos. Mas
a sola do sapato era tão macia, que surpreendia alunos e alunas em algazarra.
“Seu bode, vem cá” — era a
expressão mais usada. Muitas vezes sobrava tapas e “bolachas” no pé do “escutador
de conversa” e muita sorte tinha o indivíduo se “maria pretinha” não lhe
afagasse as mãos.
Tinha
nos olhos um misto de azul com verde esmeralda — e com eles mirava toda a
classe por cima. Foi brabo nas décadas de 50, 60 e até metade da década de 70.
Depois se amansou, reencontrou-se com a experiência de vida, e passou a fazer
literatura. Como escritor, um gênio de pensamentos filosóficos. Foi um
idealista, à frente de uma Arari necessitada e carente de quase tudo. Desta
bebeu o doce sabor do poder e provou do sabor amargo das decepções, gosto que
só aqueles que esquecem os retrovisores da vida sentem, degustam, e seguem em
frente, pois afinal a vida é um tecer constante de imaginação e sonhos.
Influenciava
no comportamento dos alunos do Colégio Arariense, interno e externamente.
Vejamos: o melhor bar nas redondezas do Colégio era o Palhoção. Ali, nenhum
aluno ousava adentrar uniformizado com o distintivo do Colégio Arariense para
“jogar bilhar”, senão, ao chegar à escola prestava-lhe conta. No mínimo uma
suspensão.
Quando
estava embestado de “piti”, colocava todo o Colégio Arariense em fila indiana,
postava-se em pé, e todos os alunos passavam em revista por ele erguendo a
barra da calça e mostrando-lhe a meia preta, prova que o fardamento estava em
ordem. Ali era retido quem não estava com o fardamento completo, ou o uniforme
não adequado ou paisanos.
Depois
que todo o Colégio era passado em revista, os retidos para permanecerem dentro
do prédio tinham que confessar o porquê estavam, digamos assim,
descaracterizados.
Para
adentrar no Colégio Arariense, aquele sino fazia barulho às 7:30h, para alunos
da manhã, às 13:15h para os da tarde e às 18:00h para a “santíssima” galera da
noite.
Este
bendito sino também servia de terapia para alunos rebeldes que tinham que ficar
debaixo dele até a boa vontade de Clodomir reinar. Claro, nenhum aluno ia para
debaixo do sino porque estava rezando.
Clodomir
era esportista, gostava de futebol. Houve um tempo que Arari tinha apenas uma
quadra de futsal: a Quadra do Padre. Toda juventude ia pra lá. Uma lanchonete
com grife. A lanchonete da Quadra do Padre, sob o comando dos eternos Miguel e
Dico Silva, regada com refresco de coco, bananada e abacatada, e muita alegria
juvenil. À noite, aquele espaço era o point da juventude de Arari.
O
clássico colegial, sempre foi Colégio Arariense e Colégio Comercial. Era como
se fosse o Fla x Flu, ou Corinthians e Palmeiras. Era um clima de festa, futricas
e fofocas na cidade. Era o Jogo.
Houve
um tempo em que Arari só tinha um campo de futebol. Sim, o Campo do Padre. Só
tinha um jornal: o jornal Notícias do
Padre. E nós que temos o juízo no lugar, sabemos que existe uma Arari antes do
padre Brandt, uma Arari depois do padre Brandt, e esta cidade de hoje, que
colhemos os frutos do que ele plantou.
Do
profissional do Direito a políticos, jornalistas, escritores, músicos,
compositores, maestros e pessoas comuns, se esteve ou passou por Arari, bebeu
do saber de Clodomir Brandt e Silva.
Muitas
vezes saía a caminhar a pé por Arari, usando chapéu ou com o seu guarda sol
preto. Era centralizador, mas bastava convencê-lo com argumentos cabíveis que
ele cedia. Montou um teatro em Arari. E ali montei a minha primeira peça para o
teatro: Castigo Dividido.
Dificil
olhar para Arari e não ver a contribuição do padre Clodomir em tudo. Neste
2017, ano que celebra-se o Centenário do seu nascimento, é importante que cada
um de nós ararienses reflitamos o quanto esse colinense enobreceu o nome Arari.
Nunca
quis promoção eclesiástica para não ter que ir embora de Arari — e por isso e
mais que por isso, por tudo que fez. Olha, qualquer homenagem que prestarmos a
Clodomir Brandt e Silva, cá entre nós, é pouca por tudo que ele fez e pelo
legado que deixou a cada um arariense.
Se
formos escrever sobre o padre Clodomir, teremos muito a derramar tintas sobre
papel.
Ah,
o seu corpo repousa no interior da igreja Matriz de Arari.
Padre
Clodomir Brandt e Silva, eu sinto saudades de você!
*
José Maria Costa (foto abaixo) é Morador do Arari. Hospeda-se em São Paulo desde 1981. Cronista,
romancista, compositor, autor dos livros: Sermão Vermelho, Rua da Beira, Água
com Bacuri, Lucianna e Avenida Arari.
Ex-aluno
do Colégio Arariense.
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CONVOCAÇÃO - PRESIDÊNCIA DA AVL
1. Por este expediente, apraz-me convocá-los para as solenidades que a Academia Arariense-Vitoriense de Letras realizará em comemoração ao centenário do patrono da sua cadeira 09, Pe. CLODOMIR BRANDT E SILVA, no dia 25.11.2017, na cidade de Arari-MA, com a seguinte programação:
19h:30min - Inauguração das efígies do homenageado, no Memorial Padre Clodomir Brandt e Silva e no Colégio Arariense
20h:30min - Sessão solene festiva, no pátio do Colégio Arariense, com pauta que incluirá:
- pronunciamentos do pároco de Arari, Pe. Raimundo França, e dos membros efetivos da AVL Éden Soares, Creuza Ribeiro e Nerly Cutrim
- apresentações culturais de alunos do Colégio Arariense: jogral e banda musical
- entrega de diplomas a amigos da memória do Padre Clodomir Brandt e Silva
- posse de José Augusto Silva Oliveira como membro correspondente da AVL (ex-reitor da UEMA e sobrinho do homenageado)
- lançamento de edição especial da Folha da AVL, comemorativa da efeméride
2. Ressalte-se, ainda, que a nossa Academia precisa apoiar a programação cultural e religiosa diurna em comemoração ao centenário do Pe. Clodomir Brandt e Silva, razão pela qual espera-se que todos os confrades e confreiras dela participem, como segue:
05h:00min – Alvorada – programa radiofônico (revival da Voz de Arari)
06h:00min – Alvorada volante – banda musical do Exército Brasileiro
09h:00min – Missa em ação de graças – Igreja Matriz
10h:00min – Retreta – banda musical do Colégio Arariense – Praça da Bandeira
10h:00min (início) – Atividade “Arari, olhe para o céu” – Praça da igreja matriz - iniciativa de Antônio José Silva Oliveira, Prof. Dr. em Física Atômica e Molecular da UFMA; sobrinho do Padre Brandt. Dr. em Física
Atenciosamente,
WASHINGTON LUIZ MACIEL CANTANHÊDE
Presidente da AVL
Reiterando a convocação para as nossas primeiras reuniões de novembro:
a) Dia 03 de novembro de 2017, sexta-feira (entre o feriado nacional de 02.11 e um final de semana), às 20 horas, no auditório do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Arari, sessão solene, com a seguinte ordem do dia:
- Homenagem à ilustre arariense Francisca Ribeiro Soares (D. Nini Soares), recentemente falecida, viúva e mãe de marcantes personalidades da AVL/Seção de Arari;
- posse do paleontólogo/arqueólogo maranhense Deusdédit Carneiro Leite Filho na Cadeira 06 do Quadro de Correspondentes (Seção Arariense; patrono: José Moreira); e
- apresentação e autógrafos dos novos livros da acadêmica Dinacy Mendonça Correa.
b) Dia 04 de novembro de 2017, sábado, na sede da AVL em Arari, sita no Memorial Padre Clodomir Brandt e Silva, às 15 horas, em primeira convocação; ou às 15h:15min, em segunda; e às 15h:30min, em última convocação, assembleia geral, com a seguinte ordem do dia:
- apresentação e votação de propostas,devidamente fundamentadas, de nomes de personalidades aptas a receberem, nos termos dos Estatutos e do Regimento Interno, o título de Membro Benemérito da AVL, inclusive do ex-reitor da UEMA, professor José Augusto Silva Oliveira;
- apresentação e votação de propostas,devidamente fundamentadas, de nomes de personalidades aptas a receberem diploma de honra ao mérito conferido pela AVL;
- processo de admissão do músico Gérson de Nazaré Ribeiro Figueiredo como membro correspondente da AVL/Seção de Arari: leitura do parecer sobre a elegibilidade;
- discussão e aprovação finais da programação do evento comemorativo do centenário do Padre Clodomir Brandt e Silva pela AVL, em 25.11.2017;
- deliberação acerca da vaga destinada, por eleição em 11.07.2015, à Dra. Maria da Graça Ericeira Tanaka (Cadeira 28 do Quadro de Efetivos), cuja posse fora marcada no final de 2016, de comum acordo, para 16.09.2017, agendamento homologado na assembleia geral de 11.02.2017 como data inadiável para a posse, considerando que ela, entretanto, desistiu de empossar-se em 2017 e apresentou, antes do dia marcado para o ato, motivo de força maior, de amplo conhecimento, para a referida decisão.
Dada a importância de cada uma dessas reuniões, aguarda-se o comparecimento de todos.
Pede-se a justificativa de eventual impossibilidade de comparecimento, notadamente dos acadêmicos que, embora residindo no Maranhão, não tenham comparecido às reuniões realizadas desde agosto de 2016, considerando o que prevê o estatuto da AVL.